BOXING MAGAZINE

05/03/2010 - 07h00

Nocauteado no 1º round, brasileiro admite choque de realidade, mas mantém foco

Do UOL Esporte

Em São Paulo

Alex de Oliveira era cotado como a maior revelação do boxe profissional brasileiro atual. No seu primeiro combate realizado fora do Brasil, no entanto, a surpresa: o baiano foi nocauteado no primeiro round. Alex admite que sofreu um choque de realidade e pecou pela falta de maturidade ao entrar no ringue pensando que sairia vencedor.

A luta, em dezembro, era de extrema importância, já que foi a primeira do brasileiro com Arthur Pellullo. O empresário trabalhou com Acelino Freitas, o tetracampeão mundial Popó.

O contrato do brasileiro prevê a possibilidade de rescisão em caso de derrota, mas ambas as partes já conversam para definir os próximos passos.

Apesar da má impressão à primeira vista, Alex afirma que não perdeu apoio na empreitada, rumo ao nono título mundial do Brasil. “Depois da luta eles falaram: ‘vai pra casa, passa o réveillon e depois volta a treinar, porque não acabou agora’”, contou ele.

 

BRASIL: TRÊS DOS QUATRO CAMPEÕES FORAM INVICTOS

Apesar da derrota, Alex de Oliveira está longe de estar descartado nas pretensões por título. No Brasil, Acelino Freitas, o Popó, Valdemir Pereira, o Sertão, e Éder Jofre foram campeões sem nunca terem perdido na carreira profissional. Enquanto Popó e Sertão só venceram, Éder teve três empates antes de conquistar seu primeiro cinturão. O único campeão mundial brasileiro a superar derrota foi Miguel de Oliveira. Ele empatou e em seguida perdeu para o japonês Koichi Wajima, mas ficou com o título ao vencer Jose Manuel Duran em Monte Carlo, em 1975.

“Acho que faltou um pouco de tranquilidade. Foi a primeira vez que senti um golpe assim, e vou tirar algo de positivo disso. A derrota mostra que não sou um Super-Homem. Eu achava que era invencível, como se fosse impossível de acontecer isso. Não tive maturidade para ver que estava sujeito a isso”, analisou ele, que teve evento grandioso em São Paulo na apresentação como lutador de Pellullo.

O duelo disputado no México foi contra o pugilista da casa Giovanni Caro, que vinha de duas derrotas por nocaute. Alvo fácil na teoria, Caro atrapalhou todos os planos de Alex na prática.

“Independentemente do round, o que importa é a derrota. Foi uma coisa inesperada para mim e um choque muito grande, que abalou um pouco minha estrutura no momento”, admite o pugilista de 24 anos, campeão latino dos supergalos pela Organização Mundial de Boxe. “Foi minha culpa, de mais ninguém.”

Com a proximidade do Ano Novo, ele aproveitou o tempo para descansar e só depois do Carnaval voltou aos treinos. Os planos ainda não foram definidos, mas é possível que Alex de Oliveira realize combates no Brasil antes de voltar ao exterior, mirando o sonhado título mundial.