Fonte: Boxing Magazine
Autor: Michel Alvarenga
ROCK BALBOA
Olá a todos os visitantes e seguidores do Boxing Magazine.
Eu demorei muito para postar um comentário sobre esse assunto, mais agora acho que chegou o momento certo.
Um perdedor, uma cidade, o boxe e uma oportunidade. Esses quatro ingredientes fizeram com que esse filme se torna-se um sucesso que perdura para os fãs até os dias de hoje.
Rock Balboa! O jeito engraçado com que Rock via as diversas situações de sua vida, escondiam um personagem dramático e melancólico.
Rock Balboa! Até hoje meu corpo se arrepia quando ouve a imortal música, que é tocada enquanto Rock pratica seu treinamento.
Rock Balboa! Quem nunca quis ser como ele?
Quem nunca quis vestir luvas de boxe, subir num ringue e no fim da luta, mesmo tendo perdido, sair vencedor? Rock retratou isso com maestria.
Um perdedor:
A história começa a retratar a vida de um homem que vivia num cenário dramático, numa solidão muito pessoal que foi extraordinariamente pelo inesquecível e até aquele momento, desconhecido Sylvester Stallone.
A vida desse homem não tinha um sentido lógico, assim que começamos a assistir o filme. Ele é cobrador de um agiota e luta em lugares de quinta categoria para conseguir alguns míseros dólares para sobreviver. Tem apenas um amigo e treina em um ginásio onde o treinador, nunca deu a mínima para ele.
Uma cidade:
Filadélfia. Não teria melhor cenário para o filme ser rodado. As escadarias do museu até hoje são o marco maior do filme. Escadarias que Rock subiu durante toda a sua vida. Vale ressaltar a dificuldade que ele teve para subir a primeira vez aquelas escadarias. Retratava perfeitamente a dificuldade e a solidão vivida pela maioria dos boxeadores, antes de alcançar o sucesso do milionário mundo do boxe profissional. O boxeador Frank Bruno disse uma vez: “O boxe é um esporte duro e solitário”.
O inverno e a neve dão um tom ainda mais solitário e dramático à história. Filadélfia é um lugar de trabalhadores, e Rock mostra isso, trabalhando duro para chegar bem preparado a luta final.
O boxe:
Dramático. Não existe palavra tão bem relacionada ao boxe como essa. O boxe é uma luta. Rock é um lutador e a Filadélfia é uma cidade de lutadores; pessoas que acordam cedo, enfrentando o frio e a neve para conseguir vencer.
Nenhum outro esporte mostraria com tanta clareza a beleza da alma de um ser humano. O boxe tem esse poder intrínseco nele. Boxe tem a ver com a alma do ser humano. Ele vive dentro de todos nós. O sentimento de luta, de entrar no ringue da vida, lutar e tentar vencer. Nenhum outra modalidade esportiva mostra tão bem a alma de uma pessoa. A ciência e a técnica misturadas dentro da mente e viva dentro da alma. Isso é o boxe.
Os confrontos dramáticos e inesquecíveis. Lutar contra a própria dor, contra a própria lógica. Continuar mesmo que as costelas estejam quebradas, que as retinas estejam descoladas, que os cortes tenham se aprofundado, ainda que o nariz tenha se quebrado... Assim é o boxe. Rock mostra tudo isso.
Uma oportunidade:
A grande chance. Tudo na vida é trabalho e oportunidade. Rock sabia que apenas uma chance mudaria a sua vida. Ele não esperava que ela fosse acontecer um dia. Assim acontece conosco. Às vezes perdemos as esperanças e deixamos de crer que um dia a vida nos dará uma oportunidade. E quando ela surgir precisamos estar atentos a ela e agarramos com unhas e dentes.
Rock havia ganhado uma chance e estava disposto e lutar e morrer se preciso fosse, dentro daquele ringue, por ela. Enfrentaria o campeão. Um homem preparado, experiente no mundo do boxe profissional, que resolvia seus próprios problemas. Será que Rock estaria preparado para enfrentá-lo?
Aquele momento, em que Rock entra na sala do promotor da luta, que lhe diz que havia surgido uma oportunidade irrecusável, um filme passa pela cabeça de Rock. Ele lembra de tudo que havia passado de ruim até aquele momento, e não sabe se realmente está preparado para encarar um desafio como aquele. Chega ao ponto de recusá-lo. Claro que impensadamente, por não acreditar que em fim, estava tendo a chance que tanto buscara. O promotor faz com que Rock aceite lhe mostrando a importância de aceitar aquele desafio.
Isso nos mostra que não importa quão seja grande o nosso desafio, devemos tentar alçar vôos maiores, sempre com os pés no chão, e mergulhar de cabeça na oportunidade, que quem sabe, pode ser a única de nossa vida.
Perdedor vencedor. Assim Rock fica conhecido no fim do filme. Rock não estava preocupado se havia ou não vencido a luta. Ele queria externar seu amor por Adrian. Ele conseguiu provar para si mesmo que se saiu bem. Que suportou até o fim.
Para Apollo a vitória era uma coisa comum. Era o campeão! Mas para Rock, suportar até o último round, lutando de igual para igual, feito que nenhum outro boxeador havia conseguido até aquele momento, era a maior vitória que ele poderia ter. Pela primeira vez na vida ele conseguiu provar para todos, e principalmente para si mesmo, o seu valor.
Nada é mais significativo do que provarmos para nós mesmo o quanto somos capazes de lutar e vencer. Faz viver dentro de nós o sentimento de dever cumprido. De que fizemos tudo que tínhamos para fazer e que a vitória era um mero detalhe, diante da principal conquista que conseguimos, provar que somos capazes.
Essa vitória fica evidente no filme e isso, fez com que Rock Balboa fosse um sucesso e impactasse um geração inteira, perdurando no coração e na memória dos fãs e iniciantes no boxe, até os dias atuais.
Aproveite e mande seu comentário sobre a postagem. Comente o assunto. Gostaríamos de saber o que você tem a dizer sobre esse fenômeno de audiência. Envie o seu comentário para: boxingmagazine@gmail.com e o postaremos no blog para que todos vejam.
Valeu galera! Já, já eu volto com outras postagens.
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