quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ATÉ QUANDO?

ATÉ QUANDO?
Por: Michel Alvarenga
Fonte: Boxing Magazine

(A imagem da decadência)
Olá para todos visitantes, seguidores e clientes. Já fazia algum tempo que eu estava sem inspiração para escrever, porém ontém, enquanto estava em casa assistindo a três combates antigos a inspiração voltou e estou aqui à escrever novamente. A saudade é imensa de quando tínhamos bons pugilistas lutando na categoria dos pesos pesados. Quando Mike Tyson começou a derrubar todos, uma nova geração aparecia. Ele era alguém a ser batido, e na verdade foi; em parte pela imprensa, em parte por Don King, porém, na maioria das vezes ele foi batido por si mesmo. Depois da decadência de Mike Tyson, Evander Holyfield apareceu fazendo história e os combates que assisti ontém pela ESPN, foram exatamente dele. A luta contra Ray Mercer mostrou a qualidade que Holyfield tinha como um dos melhores pesos pesados de todos os tempos; uma verdadeira lenda viva. A luta contra Dokes mostrou uma revelação que acabará de sair dos cruzadores para a categoria maior do boxe, como a maior promessa de títulos para o boxe americano. Na luta contra Michael Moore, Holyfield mostrou a decadência que encontramos nos pesos pesados da atualidade. Depois de muito dinheiro vem a decadência e a falta de inspiração para os combates.
O que vemos hoje é realmente impressionante. Continuo torcendo para Holyfield, mesmo sabendo que é muito difícil ele aprontar novamente e conquistar alguns dos títulos das principais organizações de boxe (OMB, FIB, CMB e AMB). Estou falando que é difícil, não impossível, pois Holyfield tem caráter e provou isso durante os anos que vem lutando na categoria dos pesos pesados. Ainda mais se tratando de quem poderia enfrentar, acho que ele teria grandes chances de vencer um dos irmãos Klitischo (Vitali ou Wladimir), mas acho improvável que vença David Haye. Embora ele tenha deixando claro que  pensa em se aposentar após conquistar os principais títulos do mundo do boxe profissional.
O declínio é evidente na categoria que é dominada pelos ucranianos. Samuel Peter terá outra chance em 11 de setembro, contra Wladimir Klitischo, que quase caiu de vez na luta anterior.
Se existe algum bom pugilista americano na categoria dos pesos pesados além de Evander Holyfield, eu acho que ele ainda não se revelou.
Até hoje quando paro pra vê os combates entre Geoge Foremam e Joe Frazier, entre Muhammad Ali e George Foremam, entre Evander Holyfield e Lennox Lewis, entre Michael Moore e George Foremam eu fico a pensar: "Onde foi parar toda essa garra?" É incrível de se vê como alguns pugilistas americanos que lutam na categoria dos pesos pesados não tem mais pegada. Não tem mais mobilidade. Estão lutando parados e até no atacar são cautelosos ao extremo. É bem verdade que a primeira regra no boxe é se defender sempre, mais alguns estão se defendendo dos títulos, das vitórias. Vencer Vitali ou Wladimir Klitischo não é grande coisa. Grande coisa era vencer Mike Tyson, Evander Holyfield, Lennox Lewis, Riddick Bowe, Michael Moore, Muhammad Ali, George Foremam, Joe Frazier, Ken Norton, Larry Holmes, Leon Spinks, Roy Jones e tantos outros. Não eram lutadores que ficavam esperando o décimo assalto para começar a atacar, faziam do primeiro o último, e lutavam cada round como se não houvesse outro.
A decadência, o declínio generalizado tomou conta dos ringues americanos no que tange a pesos pesados. Não estou dizendo que não existam bons boxeadores americanos nessa categoria, não é isso. Até porque Eddie Chambres é um grande lutador e alguns que temos também, o que estou querendo dizer, é que não se aproximam em nada dos pegadores que citei acima. Daí se vê que não tem em si a ciência do boxe, que se luta mais com a mente do que com o corpo. Falta inteligência à alguns. Digo isso porque é evidente. É só pararmos para observar. Vitali e Wladimir Klitischo tem quase o mesmo estilo; ele se diferem em pouca coisa. Sempre se prevalecendo da boa envergadura e dos braços longos, ambos controlam a luta a distância; raramente vemos um deles partir para a luta franca. Outro ponto é mobilidade que não se vê. Lutam mais plantados e todos os que lutarem a mesma maneira jamais conseguirão um bom resultado, pois nisso eles são privilegiados pela envergadura e altura. Outro ponto que acho fundamental é que quando atacados, o poder de reação e explosão não é tão grande assim. Na luta em que Wladimir Klitischo fez com Samuel Peter, isso ficou claro. Quando Peter atacou com tudo as coisas ficaram ruins para Wladimir.
Acho que alguns dos pugilistas de hoje tem que assumir uma postura diferente contra os atuais "campeões" pesos pesados e em relação ao boxe profissional também. Uma exceção, e diga-se de passagem, muito boa exceção é David Haye; que mesmo com suas micagens e palhaçadas, em certos momentos lembrando Ali, encara seus adversários de igual para igual, sem medo da derrota e usando bem a mobilidade. Deixou isso aparecer na luta contra Nicolai Valuev. Ele movimentava-se sempre de um lado para o outro, dificultando o alvo para Valuev. Já quando atacava prevalicia-se da rapidez que não se achava em Valuev para contra-atacá-lo.

Em suma o que vemos hoje é uma decadência, é isso mesmo, acho que agora achei a palavra mais adequada. Decadência e Declínio, é o que vemos na maior categoria do boxe profissional.

Esperamos um grande campeão que nos empolgue com seus combates.
Será que haverá outro?

Michel Alvarenga
Boxing Magazine

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